terça-feira, 6 de março de 2018

Não querer ver o óbvio...




É verdade que tenho sido um pouco negligente com "o meu mais novo", mas hoje decidi reanimá-lo, porque encontrei nas redes sociais um interessante texto de Valter Hugo Mãe, que até é um escritor que não aprecio. O texto já é antigo, foi publicado no Jornal de Letras, em 19 de Setembro de 2012 e diz, por exemplo, isto:
(...) A escola como mundo completo, podia ser esse lugar perfeito de liberdade intelectual (...) onde cada indivíduo se vota a encontrar o seu mais genuíno, honesto, caminho.(...)
Os alunos nascem diante dos professores uma e outra vez. Surgem de dentro de si mesmos a partir do entusiasmo e das palavras dos professores que os transformam em melhores versões. (...) perseguir  e tomar os professores como má gente é destruir a nossa própria casa. Os professores são extensões óbvias dos pais, dos encarregados pela educação de algum miúdo, e massacrá-los é como pedir que que não sejam capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos. (...) Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são  fundamentais para melhorar os nossos miúdos, é o fim do mundo. (...) As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra. Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos. Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo. Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento. (...) E um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada. Está a suicidar-se.
É por isto e muito mais (porque toda a gente se permite opinar sobre o que não entende, por exemplo) que mesmo quem, como eu, gosta de ensinar, vai ficando farto. E não é dos alunos, nem das aulas. É de tudo o que está para além disso e faz com que se esqueça  e desvalorize o essencial. É pena...

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